“Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente
sereis livres” João 8:36
Lembro-me de haver participado de um treinamento na
IASD sobre mordomia, isto nos meus primeiros anos como ASD, e muita
coisa boa e útil aprendi naquele curso, entre as quais gostaria de
destacar duas: 1 - O MODORMO É LIVRE PARA ADMINISTRAR OS DONS QUE
RECEBE DE DEUS, 2 - OS DONS VINCULADOS A MORDOMIA CRISTÃ SÃO:
TEMPO; TALENTO; TEMPLO, TESOURO.
Como estamos nos dirigindo, principalmente, a ASD
não vejo a necessidade de avaliarmos mais detalhadamente o item dois,
que trata dos dons, até porque em todo treinamento de mordomia este é
justamente o foco principal, com muita “eficiência” nos tesouros.
Um ponto de pouca preocupação da IASD, e que para
nós torna-se o fundamento da mordomia cristã, tanto para os que viveram
sob a égide da velha aliança, quanto para nós cristãos
neotestamentários, é justamente aquele que nos define a cada um como
administradores dos dons de Deus.
Não sou especialista na ciência da Administração,
mas no meu humilde conceito, o fundamental em administrar é que o
administrador tenha liberdade em suas decisões, sem esquecer-nos de que
é responsável pelos resultados obtidos, logo neste aspecto a bíblia
apresenta-nos uma mordomia pautada na liberdade e no amor.
Quando, simplesmente, contribuímos para uma
instituição religiosa de maneira tão submissa, para não dizer
subserviente, que não nos achamos nem mesmo no direito de questionarmos
ou comentarmos o que se faz com toda a arrecadação, que na maioria das
vezes representam suor, sangue, e a privação de muitas famílias, alguma
coisa deve está profundamente errada, e, este erro não está somente com
nossos líderes, mas principalmente em nós mesmos.
Pelo que já verificamos na história de nossa
igreja, sem dúvida, qualquer um pode perceber que a nossa mordomia
praticada durante o período do plano da Benevolência Sistemática, embora
tenhamos que reconhecer que não era ainda um plano completo, e que nem
chegou a completar-se devido à intervenção de pessoas que se apresaram
como pessoas mais interessadas no progresso material da obra que no seu
crescimento espiritual da igreja, mesmo assim, enquanto durou,
aproximadamente 17 anos, respeitou-se à liberdade de cada irmão, e
procurou-se introduzir nos corações dos crentes do advento, tanto dos
ricos quanto dos pobres, o amor e a alegria em participar
financeiramente da propagação do evangelho.
Sob este aspecto, isto é, a liberdade que cada um
tem no participar financeiramente da Causa de Deus na terra, com certeza
os propensos a seguir a opinião dos outros, indagarão sobre qual teria
sido o comportamento da Irmã White.
Baseado nas poucas informações a que tivemos
acesso, poderíamos concluir, sem medo de errar, que o seu comportamento
pareceu-nos exemplar e digno de uma verdadeira cristã.,uma vez que a
Irmã White, mesmo , não tendo se rebelado formalmente contra o fato de
que sugestões humanas prevalecessem sobre revelações divinas, e que os
abusos de pessoas como Canright, que ao desprezar o plano da B.S.,
forneceu um ambiente propício para que os espíritos ambiciosos
dominassem a liderança da igreja, deixando-nos um legado de injustiça e
exploração do homem pelo homem.. O testemunho da Irmã White nos dá
provas que ela, de forma prática, reagiu diante de tal situação.
Com o seu viver prático, provou para o povo
adventista, de seu tempo, que nossa participação financeira na obra de
Deus, não está vinculada, exclusivamente, ao sustento do ministério
evangélico, mas pode e deve ser direcionada ao atendimento das
necessidades da comunidade local, bem como no socorro dos pobres e
excluídos, os quais nas palavras de Jesus são os seus verdadeiros
representantes.
Os textos a seguir testificam a ação de uma cristã
que, embora procurasse evitar problemas com as decisões da liderança da
igreja, sempre que a situação exigia, para não violar os princípio da
mordomia bíblica, atendia as demandas dos necessitados e das comunidades
carentes, senão vejamos:
DEFEDENDO A CONSTRUÇÃO DE IGREJAS
COM O “DÍZIMO”
Há casos
excepcionais, onde a pobreza é tão extrema que a fim de assegurar o mais
humilde lugar de adoração, pode ser necessário utilizar o dízimo. Mas
este não é Battle Creek ou Oakland.
(Special Testimonies for
Minister and Workers 10, 16-18) – Parousia ano 2 Nº 2 pág. 51
ALIVIANDO O SOFRIMENTO DOS
POBRES
O Senhor tem-me
mostrado que a experiência de pobreza e privação pela qual seu pai
(Tiago White) e eu passamos nos primeiros dias de nossa obra me tem dado
uma clara apreciação e simpatia por outros que estão passando por
experiências semelhantes de carência e sofrimento. E onde vejo obreiros
desta causa que tem sido fieis e leais à Obra, que são deixados a
sofrer, é meu dever falar em seu favor. Se não comove os irmãos a
ajudá-los, então eu devo ajudá-los mesmo que para isso eu seja obrigada
a usar parte do meu dízimo.
Arthur L. White: The
Early Elmshaven Years (Washington, DC: Review and Herald, 1981), 393 –
Parousia ano 2 Nº 2 pág. 52
AJUDANDO COM
“DÍZIMOS” PRÓPRIOS E ALHEIOS.
Carta escrita
por Ellen G. White, em 22/01/1905 a G. F. Watson, Presidente da
Associação do Colorado.
Tem-me sido
apresentado durante anos que meu dízimo deveria ser utilizado por mim
mesma para auxiliar os pastores brancos e negros que foram
negligenciados e não receberam o suficiente para sustentar suas
famílias. Quando me foi chamada à atenção para os ministros idosos,
brancos ou negros, era minha obrigação especial investigar sobre suas
necessidades e supri-las. Esta era minha obra especial e tenho feito
isto em vários casos. Ninguém deveria dar notoriedade ao fato de que em
casos especiais o dízimo é usado deste modo.
Quanto à obra
entre os negros do Sul, aquele Campo tem sido e ainda está sendo
despojado [em 1905] dos meios que deveriam ir para os obreiros daquele
Campo. Tem-se havido casos em que nossas irmãs têm utilizado o seu
dízimo para o sustento dos ministros que trabalham pelos negros do Sul,
que cada homem, se for sábio, fique calado.
Eu mesma tenho
utilizado meu dízimo para os casos de maior necessidade trazida ao meu
conhecimento. Tenho sido instruída a fazer isto; e como o dinheiro não é
retirado do Tesouro do Senhor, não é um assunto sobre o qual se deva
comentar, pois seria necessário que eu tornasse conhecidos estes
assuntos, o que não desejo fazer, por não ser o melhor.
Alguns casos
tem sido colocados diante de mim por anos e tenho suprido suas
necessidades do dízimo, conforme Deus me tem instruído a fazer. E se
qualquer pessoa me disser: Irmã White, a Senhora utilizaria o meu dízimo
para empregá-lo onde é mais necessário, eu direi: sim, o farei; e tenho
feito isto. Louvo essas irmãs que tem destinado seu dízimo aos locais
mais carentes para ajudar a fazer uma obra que esta sendo negligenciada,
e se for dada publicidade a este assunto, criar-se-á uma prática que
seria melhor que se evitasse. Não me preocupo em dar publicidade a esta
obra que o Senhor me indicou, bem como a outros, a fazer.
Estou tratando
deste assunto para que você não cometa um erro. As circunstâncias
alteram os casos. Eu não aconselharia ninguém a tornar um hábito juntar
o dinheiro do dízimo e não devolve-lo aos cofres da igreja. Mas durante
anos tem havido de vez em quando pessoas perderem a confiança na
utilização do dízimo e o têm colocado em minhas mãos, afirmando que se
eu não aceitasse, eles mesmos o utilizaria, para as famílias dos
ministros mais necessitados que pudessem encontrar. Eu tenho levado o
dinheiro, dando-lhes um recibo e tenho dito a essas pessoas como o
dinheiro foi aplicado.
Ellen G. White, em
Arthur L. White, 395 – 396 – (Parousia, ano 2 Nº 2 pág. 53
EM DEFESA DA
LIBERDADE.
“Deus não vos obriga a perguntar à
Associação ou a qualquer concílio de homens se deveis usar vossos meios
conforme vedes apropriado ser para o avanço da Obra de Deus em cidades e
localidades destituídas de recursos, e lugares empobrecidos. Este
exatamente é o esquema que tem sido seguido, uma grande quantidade de
recursos não deveria ter sido usada em algumas localidades, enquanto tão
pouco foi usada em outros lugares onde o estandarte da verdade ainda não
foi erguido. Não devemos imergir nossa individualidade de decisão sob
qualquer instituição em nosso mundo. Devemos buscar a sabedoria de Deus,
como fez Daniel”. Ela continua a dizer: “Podemos nós individualmente
compreender nossa verdadeira posição, de que como servos de Deus
assalariados não estamos aqui para negociar com a administração; mas que
diante do universo celestial nós devemos administrar a verdade a nós
confiada? Nossos próprios corações devem ser santificados, nossas mãos
devem ter algo para dar conforme a ocasião exigir as rendas que Deus nos
confiou”. (Pamphlets in the Concordance, Volume II, p. 467). (Extraído
do site: http://mensagensfinais.tripod.com)
QUAISQUER
SEMELHANÇAS É MERA COINCIDÊNCIA
“A sabedoria
divina tem abundantes lugares nos quais trabalhar. É para avançar sem
pedir permissão ou apoio daqueles que tem dados a eles mesmos o PODER.
No passado um grupo de homens tentaram manter em suas próprias mãos o
controle de todos os recursos vindo das igrejas e usaram estes recursos
da maneira mais desapropriada, erigindo edifícios custosos onde grandes
construções eram desnecessárias e não solicitadas, e deixando lugares
necessitados sem ajuda e estímulo... Por anos a mesma rotina, o mesmo
jeito regular de trabalhar tem sido seguido, e a Obra de Deus tem sido
grandemente retardada. Os planos mesquinhos que tem sido aplicado por
aqueles que não tinham lucidez e decisões santificadas resultaram numa
demonstração que não é aprovada por Deus. Deus nos chama para uma
reforma e reavivamento. As “linhas regulares” não tem feito a obra
que Deus deseja ver realizada. Deixe a reforma [e] o reavivamento
fazerem as contínuas mudanças... Permita que todos os jugos sejam
quebrados. Deixe os homens serem estimulados para as realizações que
eles têm como responsabilidades individuais” (Ibid, pp. 174 – 176). (Extraído
do site: http://mensagensfinais.tripod.com)
Incríveis são os argumentos que se utilizam para
tentar contornar as declarações acima, afirmando-se que ela podia agir
assim, pois sendo profetiza seguia orientações particulares de Deus, é
como se a mesma estivesse em um degrau espiritual superior a nós, logo
tinha autoridade e competência para agir como agiu, mas nós pobres
mortais temos que nos conformar com o que nos ensinam, isto é,
devemos fazer tudo o que se supõem que ela nos tenha ordenado, mas
jamais fazer o que ela fez...
Heráclito Fernandes da Mota
Membro da IASD João Pessoa(PB) |