O Barco Remanescente

"Apóstata" do Paraná Ousa Discordar de Rubens Lessa e Ivan Schmidt

Gosto de desenho. Aprendi a gostar desde criança e gosto também de analisá-los porque invariavelmente se encontram em todos (com raras exceções), ou a marca de Deus ou a marca do inimigo, mesmo quando a pessoa não sabe que está sendo movida pelo Espírito de Deus ou o do inimigo.

Gosto do desenho do Patriarcas e Profetas, onde vemos Abel coberto com uma pele que bem poderia ser a de um cordeiro, e Caim com uma pele de leopardo.

Não sei se o desenhista atentou para o fato, mas o cordeiro não tem manchas enquanto o leopardo tem, mostrando assim, talvez sem nem o saber, que de fato, Abel aceitou a pele do cordeiro (simples) enquanto que Caim, indo pelos olhos optou por uma mais bonita, mais colorida, que trazia no entanto, as manchas do pecado, como disse o Nosso Salvador: "Pode o etíope mudar a cor da sua pele? Pode o Leopardo tirar as manchas de sua pele?

Assim, aprendi a olhar para os desenhos e tentar ver detalhes que possam por vezes passar despercebidos quando olhamos superficialmente.

A capa da Revista Adventista, deste mês de Novembro, sob o título "Um Novo Remanescente", traz um desenho muito interessante, porque dá a impressão que mesmo quando se quer dar uma idéia errada das coisas de Deus, este mesmo Deus reverte a situação, deixando como que elementos ou pistas, que não deixarão em engano os que de fato querem ver.

Claro, não espero ser aceito por todos, assim como, quando fizemos uma análise da marca da Igreja Adventista, juntamente com o editor deste site, e encontramos os que gostaram e viram luz no que apresentamos, e os que não gostaram.

De qualquer forma, gostaria de fazer algumas comparações, e tentar, se possível, demonstrar que nem sempre as coisas são o que aparentam ser.

 

Para qualquer pessoa que veja o desenho, a mensagem que o mesmo tenta passar, é clara: Um barco, o grande, é o navio em que está Jesus. O outro, o barquinho, é o que Jesus não está. Um barco vai estar seguro quando vier a tempestade. O outro, coitado...

Lendo o artigo, a conclusão é esta: O grande é a Instituição (Igreja) Adventista, é o que vai para o porto seguro, e o pequeno, é o movimento leigo, que vai para a destruição. Mas...e se procurássemos ir além das aparências, e desafiando nossos próprios sentidos, tentássemos biblicamente, (se possível for), decifrar  o desenho e sua mensagem.

Bem, disse no começo que gosto de desenho, portanto, se nesta análise meu gosto pessoal aflorar, e se eu cair em algum momento no mesmo erro do autor do artigo, que  consegue posicionar-se por vezes como o próprio Deus, tentando dizer o que Jesus diria, por favor, perdoem-me.

Ao contrário do autor, porém, prometo que pelo menos usarei textos bíblicos sem distorcê-los, nem aplicá-los tão somente para fazer valer o que quero, mas sim, para que as palavras digam simplesmente o que nelas estão inseridas.

Um é o barco grandão. O outro é o barco pequeno. De fato, qual pertence a Deus? "...Deus tem uma igreja, não é uma grande catedral...", diz a inspiração. Além disso, muito cedo nossas crianças aprendem a cantar: "Meu barco é pequeno e grande é o mar, Jesus segura minha mão..."

Bem, se tamanho diz algo, então melhor pegar o barco católico, porque este sim, é grande e parece (aos olhos) bem mais seguro.

O Timoneiro (que parece Jesus) do barco grandão, se veste de vermelho e branco. O Jesus que conheço da bíblia, NUNCA se apresentou vestindo VERMELHO, simplesmente porque o vermelho era e é simbolo do pecado, e, na única vez que lhe colocaram em cima a capa, do que há registro, foi uma capa de cor púrpura, símbolo da justiça e misericordia misturadas. Mas, mesmo aí, era roxa, e não vermelha.

Por outro lado, vemos que é o Barco babilônico que tem seus dirigentes que usam vermelho, sem nem o saber, dizendo inclusive que devem se vestir de vermelho como símbolo de que serão fiéis até o sangue (morte) ao seu Rei, o papa, quando na verdade o fazem para cumprir a profecia que diz que se veste de vermelho (escarlata) e púrpura. Querendo usar o manto de Cristo, mas sem poder de fato esconder os seus pecados. O próprio Dragão é que finalmente aparece "vermelho", símbolo de todos os pecados postos sobre ele. 

O barco grandão tem cinco passageiros, e um, o último, ainda parece indeciso, é até possível que esteja querendo sair, talvez porque esteja vendo algumas coisas no grande que não lhe agradam e outras coisas no pequeno que lhe agradam. Seria, quem sabe, porque no barco grande, se escolhem os dirigentes, ou timoneiros, na base da política ou parentesco? Seria, quem sabe, porque no grandão se ora em pé? Seria porque todos têm que ficar em pé durante o culto, ou durante toda a travessia, como fazem a maioria pentecostal? Seria, quem sabe, porque o líder dá as costas a eles, como vemos no desenho? Ou seria, quem sabe, porque os dízimos estão sendo mal usados nele, ou ainda porque ele conhece a história do Titanic, que enorme como era, e apesar de toda a pompa, orgulho e arrogância, não chegou ao destino prometido?

Talvez este pequeno passageiro indeciso tenha lido a Bíblia, e tenha percebido pela leitura, que na Bíblia, o número da perfeição é o sete, e quem sabe ele tenha aprendido a contar, e viu que este é o numero exato dos passageiros do barquinho, o que talvez o leve a concluir, que, em sendo o número sete o número da perfeição, finalmente o barço que leva ao porto seguro pode ser o menor, contra todas as aparências, porque Deus escolheu as coisas fracas para confundir as fortes, ou porque se lembrou dos sete mil que não dobraram seus joelhos a Baal no tempo de Elias...

Ou ainda, quem sabe, ele tenha, pelo estudo da bíblia, aprendido que no barco que de fato estava Jesus, os discípulos remavam, conforme se vê no relato de Marcos, e com isso, este indeciso passageiro, tenha concluído que o barco em que Jesus de fato estava era um barco movido a remo, e não por todo vento de doutrina, como o grandão parece ser, visto que movido à vela.

Ou, quem sabe, ele esteja tentando ver, se no barquinho pequeno, já que está um pouco distante e ainda o nevoeiro da tempestade embaça um pouco a visão, quem sabe, ele esteja tentando ver se não há, finalmente, alguém, enquanto os discípulos remam, alguém dormindo na proa, porque pode ser que finalmente, Aquele que de fato dirige a igreja, não pode ser visto, e não parece estar presente, e que aparentemente dorme, estando porém presente e desperto todavia, ainda que aos olhos humanos não se possa ver.

Ou, quem sabe, ele tenha aprendido pela Bíblia que não é muito seguro tentar descrever a Deus, fazendo imagem dele, pois que corremos o risco de fazê-lo parecido com aquele que está no Corcovado, e que de fato não é o verdadeiro (parecido com o do corcovado?).

Ou, quem sabe, finalmente, eu seja apenas um sonhador, que ainda acredita que os membros do grande barco, um dia, irão deixar de olhar para as aparências, para de fato olhar pela fé, e tentar ver com os olhos do discernimento bíblico, aquilo que os olhos carnais não podem ver.

Ou ainda, porque talvez tenhamos a esperança de que um dia, entre a arca feia, mal cheirosa, com todo tipo de animal se esbarrando, e entre o Titanic, bonito, enorme, maravilhoso aos olhos, e aparentemente muito melhor, as pessoas escolherão a arca, lembrando-se que o Rei de fato estava presente numa humilde e pequena manjedoura, e não no majestoso e enorme templo dos judeus.

Estarei sonhando? Se sim, por favor não me despertem...

 

A luz brilhou em Minneápolis

A Revista Adventista de novembro traz ainda o triste artigo do ancião de Curitiba, Ivan Schimdt, elogiando um livro absurdo como o de 1888 - Knight. Fica claro para leitor que se trata de um malfadado intento de promover a venda deste livro, e ao mesmo tempo, manter a igreja dormindo.

Knight é um bom historiador, mas neste livro, parece que esqueceu suas origens e talentos, deixando de ser um historiador para tentar (se de fato tentou) entrar no cerne da mensagem em vez que tentar contar a história da mesma. Esquecendo seu dom, misturou tudo. Não consegui contar uma história verídica, interpretou os fatos (que deveriam falar por sí), omitiu verdades, e se perdeu em meio a uma tentativa malfadada de mascarar um erro latente da instituição. O resultado não poderia ser pior.

O bom historiador contou uma ESTÓRIA, passando a ser um Contador de casos e o MENSAGEIRO (se em algum momento o foi) passou a ser um Espiritualista. O livro, ou autor, que arrogaram a sí a prerrogativa de esclarecer a contradição, falhou catastroficamente em apresentar a verdade, mas, como vemos no artigo da revista acima citada, alcançou um objetivo. Enganou o suficiente para receber elogios da parte dos defensores do erro.

Quero crer que o autor de tal artigo, acredita de fato no que escreveu, e sinceramente é difícil dizer o que é mais triste:

constatar que nossos líderes crêem de fato e ensinam tais absurdos, guiados pela defesa cega de instituições e pedras, ou se, pelo exercício do cabresto doutrinário, perderam a capacidade de aceitar simplesmente o que está escrito.

E antes que me acusem de estar "falando mal", gostaria de lembrar-lhes que falar mal é não falar a verdade, e, mais, não sou eu quem diz que Jones e Waggoner, os mensageiros delegados do Senhor, alimentaram idéias panteístas e apostataram, pois esta, sim, é uma acusação séria que a denominação tem feito através de seus escritores, e tristemente endossada por este ancião.

Em nome de Deus, chega de denegrir a imagem destes homens, chega de atacar a mensagem que trouxeram, enquanto com aparência de piedade, julgam, ou acreditam estarem defendendo-a. Provem suas acusações, mostrem, pelos escritos deles, que eram panteístas, pois, tenho lido os livros deles e não encontro este tipo de doutrina em seus ensinos, tampouco encontro na mensagem que deixaram, alusões a ensinos espirituosos de autoria de Ana Rice. Deixem de acusar a Deus de ter errado na escolha que fez, pois, se de fato estes mensageiros são os apóstatas que se tem apregoado, bem poderia alguém diante de Deus dizer: Senhor, como poderia aceitar a mensagem que trouxeram, se foram apóstatas?

De minha parte (e não pretendo ser infalível), embora não aceite nem a primeira, nem a segunda alegação que seguem, encontro mais evidências do panteísmo, quando vejo uma doutrina que ensina que o Espírito Santo sendo um Deus, habita no coração dos homens, ou dentro de mim, do que no ensino de Kellogg, de que Deus está na natureza, e portanto, no meio de nós, porque, finalmente, há mais perigo na primeira afirmação que na segunda, embora ambas estejam erradas.

Proponho no entanto um teste, ao ancião de Curitiba:

Estude com oração e jejum, no desejo de aprender de fato e profundamente a mensagem deles, PELOS LIVROS QUE ELES ESCREVERAM, estude a questão da Trindade e a natureza de Cristo.

Após seu estudo, ensine de púlpito o que aprendeu, e vejamos quanto tempo o irmão permanecerá como ancião, e quanto tempo mais para ser chamado de apóstata.

 

Credo do "Apóstata" e "Perfeccionista"

Não posso encerrar estas reflexões, sem expressar aquilo que creio acerca da Justificação pela Fé, ainda que por causa destas convicções, tenha sido rotulado como "apóstata" e excluído do rol de membros da IASD. Chamam-me também "perfeccionista" e têm razão...

Sim, eu acredito na perfeição do homem. Acredito no poder de um Deus que acusado injustamente, em sua infinita sabedoria e amor, aguarda a última geração, a mais fraca, a mais contaminada pelo pecado, a mais corrompida, a mais atacada, em meio a aflições terríveis, destinada à morte exatamente em defesa desta lei de amor e liberdade, manifestará o Seu poder, a Sua força, a Sua bondade, preparando esta geração para responder uma vez mais a todos os mundos não caídos se sua lei é ou não amor e se esta lei manifesta ou não o seu caráter, e se a obra prima de sua criação, entre escolher um Deus que só pode usar como armas para cativar seres em seu livre arbítrio, misericórdia e amor, contra um inimigo que por outro lado pode usar de engano, mentira, força e pressão, decidirá finalmente por seu amado Pai, tendo para si o privilégio não apenas de "seguir o Cordeiro por onde quer que vá", mas ainda de justificar a Deus perante todos os seres não caídos. 

Sim, eu acredito na perfeição do homem, porque a exemplo de Abraão, não atento para meu corpo morto em ofensas e pecados, assim como Abraão não atentou para seu corpo amortecido e sem a menor possibilidade de gerar filhos e nem ainda para o ventre estéril de Sara. Olho diariamente para o poder de um Deus, que é perfeitamente capaz de terminar a obra que começou em mim. Sei que o Deus que abriu o mar vermelho é capaz não apenas de me fazer perfeito, mas inclusive de me dar asas para voar, e me apresentar mundos onde cada dia tem uma cor, e me mostrar aquilo que os telescópios ultramodernos não conseguem ver. Habitantes em saturno ou qualquer outro planeta que ele queira! 

Sim, eu creio na perfeição do homem porque conheci pessoalmente um assassino que tirou a vida de várias crianças após tê-las drogado, e fazia isto sem nenhum constrangimento até que o poder de Deus o transformou num filho de Deus. Creio enfim, que o Filho de Deus, respondeu esta pergunta a todos os que quiserem crer, e o fez em seu estado humano, assumindo uma natureza caída, corrompida, não apenas falando, mas sim demonstrando em seu viver se o homem pode ou não ser perfeito. 

Sim, eu creio na perfeição porque creio em meu Amado Pai que me diz: "Sede perfeitos como Eu sou perfeito". E se Ele me diz, Ele me habilita, e não só a mim, mas a todos que com a fé de uma criança aceitarem Suas palavras, porque Suas palavras não são apenas pedidos e sim habilitações. 

Parece que os que crêem, aceitam o fato de que é necessário nascer de novo, enquanto os teólogos liberais que não crêem, usam de descrença e evasivas,  E respondem: "pode um homem adulto voltar ao ventre materno?" Ora, deixem de olhar para si e aprendam a olhar para Aquele que é a fonte de todo o poder e respondam de uma vez por todas: Creio, porque tudo vem de tuas mãos e de tuas mãos to damos!

A grande diferença final não será entre perfeccionistas e liberais, e sim entre os que creram no poder de Deus para alcançar a perfeição e os que não creram. Mais uma vez, o pecado que excluirá o hebreu da Canaã, como foi no passado, será o pecado da INCREDULIDADE. -- Rogério Buzzi, Ex-ancião, excluído e, para a liderança, UM APÓSTATA. Edição: Robson Ramos.

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