Olhando o Tsunami por uma Perspectiva Bíblica: Obra de Deus ou do Diabo?

Samuele Bacchiocchi, Ph. Dr, Professor aposentado de Teologia e História da Igreja na Andrews University

De uma perspectiva bíblica, a tragédia do Tsunami é puramente um ato de Deus, porque nãonenhum fator humano para se responsabilizar. Nãonenhum lenheiro para se culpado por destruir florestas, nenhum engenheiro por ter falhado em um projeto ou construção lastimável, nenhum autor de projeto governamental que seja responsabilizado por ter permitido o desenvolvimento urbano em áreas de risco. O deslizamento das placas tectônicas no leito oceânico de Sumatra, não pode ser responsabilizado por causar o efeito estufa ou pela falta de meios de prevenção adequados. O que aconteceu está além da capacidade humana de influência ou controle.

Alguns cristãos desejam responsabilizar Satanás por tais desastres naturais, mas em nenhum lugar a Bíblia atribui a ele o poder sobre os ventos, fenômenos naturais ou eventos desastrosos. Satanás é, algumas vezes, chamado de príncipe deste mundo (II Cor 4:4, João 12:31, 14:30, Efés. 6:12), mas seu poder parece estar limitado à tentação e ao engano.

Para os cristãos que crêem em Deus como Criador e Mantenedor deste mundo, há apenas a difícil conclusão de que a responsabilidade pelo desastre do Tsunami repousa diretamente em Deus. As Escrituras nos dizem que Deus controla a chuva (Deut. 11:14-17, 28:12, Jó 5:10, Mat. 5:45, Tiago 5:17-18), o relâmpago (Sal. 97:4), os trovões, a neve, os furacões, as inundações, as nuvenspara fazerem tudo o que lhes ordena sobre a redondeza da terra. E tudo isso faz ele vir para disciplina, se convém à terra, ou para exercer a sua misericórdia” (Jó 37:12-13; cf. Jó 28:10-11, Sal. 107:25, 29, Naum 1:3-4).

Deus causa os terremotos (Jó 9:5, 28:9; Sal. 18:7, 77:16-18, 97:3-5; Isa. 2:19, 24:20, 29:6; Jer. 10:10; Naum 1:5; Heb. 12:26), e os montes serão deitados abaixo, os precipícios se desfarão (Ezeq. 38:20). As forças da natureza nunca giram fora do controle de Deus. Elas são controladas por Deus que “move a terra para fora do seu lugar, cujas colunas estremecem” (Jó 9:6). Deuscom olhar para a terra, ele a faz tremer; toca as montanhas, e elas fumegam” (Sal. 104:32).

 

Quais são as Implicações do Desastre do Tsunami?

Se Deus está no controle, então, quais são as implicações do desastre do Tsunami? Deus optou por ferir o sudeste asiático porque Ele observou os hindus da Índia, os muçulmanos da Indonésia e os budistas da Tailândia como especialmente merecedores do castigo divino? Mas, então, quanto aos furacões que devastaram várias costas do litoral na Flórida? Os habitantes da Flórida são mais merecedores do castigo divino do que o restante dos americanos?

O esforço em explicar desastres naturais como castigo divino sobre pecadores merecedores, ignora que, às vezes, muitas vítimas são crianças inocentes, como no caso do desastre do Tsunami. E mesmo entre os adultospessoas bondosas que vivem de acordo com os princípios morais implantados em suas consciências. Uma senhora em uma vila devastada no sudoeste da Índia, Tamil Nadu declara, chorando: “Por que Deus fez isto conosco? O que fizemos para perturbá-Lo?”

A resposta da Bíblia é que quem sofre ou morre por causa de desastres naturais NÃO são necessariamente escolhidos por Deus como merecedores especiais de punição. Jesus refutou este raciocínio enganoso explicando que aquelas dezoito pessoas que morreram pelo desabamento da torre de Siloé, não eram mais culpadas que todos os outros habitantes de Jerusalém (Luc. 13:4). Essa tragédia, contudo, trouxe uma importante lição de casa “se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis” (Luc. 13:5). “Estas impressionantes calamidades”, escreve Ellen White, “foram determinadas para levá-los a humilharem seus corações e arrependerem-se de seus pecados” (Christ's Object Lessons, p. 213).

A Bíblia sugere três razões principais para destruições causadas por desastres naturais como o Tsunami:
 

Um Chamado ao Arrependimento

Primeiro, desastres servem como um despertar chamando a humanidade ao arrependimento. Desastres podem ter um efeito equilibrado sobre a mente humana. Quando uma guerra irrompe, ou um terremoto destrói inúmeras vidas e propriedades, ou o clima árido queima a colheita e seca o suprimento de água, ou uma doença epidêmica mata milhões de indivíduos, muitas pessoas recorrem a Deus para amaldiçoá-lo ou orar. C. S. Lewis escreveu que “a dor é o megafone de Deus para um mundo surdo”.

Foi um terremoto que levou o carcereiro em Filipo a exclamar: “Senhores, que devo fazer para que seja salvo?” (Atos 16:30). Foi a fome que levou o rei Acabe a procurar pelo profeta Elias em todo lugar (I Reis 18:10). Foi uma praga que fez o Faraó a se ajoelhar, confessando diante de Moisés: “Pequei contra o Senhor, vosso Deus, e contra vós outros. Agora, pois, peço-vos que me perdoeis o pecado esta vez ainda e que oreis ao Senhor, vosso Deus, que tire de mim esta morte” (Êxo. 10:16-17).

Em Seu Discurso no Olivete Jesus predisse que certas calamidades ocorreriam antes de Seu Regresso. Por causa de sua natureza e função, podemos chamar essas calamidades de “sinais do juízo divino”. Jesus disse especificamente: “E, certamente, ouvireis falar de guerras e rumores de guerras; vede, não vos assusteis, porque é necessário assim acontecer, mas ainda não é o fim. Porquanto se levantará nação contra nação, reino contra reino, e haverá fomes e terremotos em vários lugares; porém tudo isto é o princípio das dores” (Mat. 24:6-8; cf. Mar. 13:7-8). Lucas acrescenta “epidemias” a serem listadas nessas calamidades (Luc. 21:11) 

 A manifestação do juízo divino, por meio das calamidades, pretende levar as pessoas ao arrependimento. O profeta Joel, por exemplo, descreve uma seca terrível e fogo que destruíram a colheita, as pastagens e as árvores e secaram as águas do rio (Joel 1:11-12, 19-20). No contexto dessa calamidade, o profeta chama o povo ao arrependimento: “Ébrios, despertai-vos e chorai; uivai, todos os que bebeis vinho, ... Promulgai um santo jejum, convocai uma assembléia solene, congregai os anciãos, todos os moradores desta terra, para a Casa do Senhor, vosso Deus, e clamai ao Senhor” (Joel 1:5, 14).

 

 Um Anúncio do Juízo Final

Segundo, os desastres são usados por Deus não apenas para chamar o povo ao arrependimento, mas também para anunciar Seu juízo final, o qual está associado com o Dia do Senhor no Antigo Testamento e com o Dia da Volta de Cristo no Novo Testamento. Por exemplo, Joel a histórica fome descrita acima como um sinal que “o Dia do Senhor está perto e vem como assolação do Todo-Poderoso” (Joel 1:15).

Numa perspectiva profética, desastres tais como guerras, terremotos e fomes não apenas revelam o imediato juízo de Deus sob homens ímpios e perversos (Rom. 1:18), mas são também arautos do juízo final que vem. Eles constantemente fazem com que a humanidade se lembre que o Juiz está às portas (Tiago 5:9).  “Toda notícia de calamidade em mar ou terra” declara Ellen White, “é um testemunho de que o fim de todas as coisas está próximo” (Evangelismo, p. 219).

 

Uma Promessa da Certeza do Fim

Um terceiro aspecto notável das calamidades é que elas apontam para uma certeza da aproximação do Fim. Jesus falou de guerras, terremotos, fomes e epidemias como desastres a ocorrerem não exclusivamente no extremo fim, mas durante todo o tempo que precede Seu retorno. Este ponto está implícito na admoestação não para alarmar pela ocorrência desses sinaisporque é necessário assim acontecer, mas ainda não é o fim” (Mat. 24:6; Mar. 13:7; Luc. 21:9). De fato, estes sinais são ditos representantes “porém tudo isto é o princípio das dores” (Mat. 24:8; Mar. 13:8).

A última expressão usada no judaísmo, de forma técnica, para descrever o período de sofrimento (“as dores de parto do Messias”) que poderia preceder o estabelecimento do reino messiânico. Possivelmente, Jesus fez uso deste conceito familiar para caracterizar as condições que precederiam Seu Retorno. A ocorrência de guerras, terremotos, fomes e epidemias não são o centro, mas apontam para a aproximação do Fim. Eles constituem uma promessa de que o Fim certamente virá.

Dizer que guerras, terremotos, fomes e epidemias são “o princípio das dores” (Mat. 24:8; Mar. 13:8), Cristo claramente indicou que eles se intensificarão como a aproximação do Fim. “Porém tudo isto é o princípio” pressupõe que haverá mais e piores desastres ainda porvir. Estes causarão tãogrande tribulaçãoque, Jesus disse, “Não tivessem aqueles dias sido abreviados, ninguém seria salvo” (Mat. 24:22; cf. Mar.. 13:20).

A predição de Cristo da intensificação de calamidades antes do Fim encontra apoio nos livros proféticos do Antigo e Novo Testamentos. Estes livros, como mostrei em The Advent Hope for Human Hopelessness, (A Esperança do Advento para Alguém Sem Esperança), prediz uma intensificação de guerras e desastres anteriores à Volta do Senhor.

Tanto os desastres naturais quanto os praticados pelo homem estão aumentando hoje em diferentes partes do mundo. Através dos cataclismos naturais e crises ambientais cometidos pelo homem, Deus está anunciando Seu juízo iminente sobre a rebelião humana e está chamando as pessoas ao arrependimento antes que seja tarde demais.

O cumprimento sem precedentes, em nosso tempo, dos sinas de juízo preditos por Cristo é um anúncio claro do iminente juízo final que Cristo executará em breve sobre a humanidade em Sua Segunda Vinda. Por meio de desastres naturais como o Tsunami, Deus está chamando os incrédulos ao arrependimento e os crentes a viverem vidas santas e piedosas enquanto “esperam e apressam a vinda do Dia de Deus” (II Ped. 3:11-12). Levemos no coração as implicações proféticas do Tsunami.

 

Fonte: http://www.biblicalperspectives.com/endtimeissues/et_124.htm

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Deus Mata as Pessoas para Transformá-las em Seus Outdoors de Advertência?

Li o artigo do Dr.Bacchiocchi e confesso que me surpreendi quando li sua conclusão:

“Para os cristãos que crêem em Deus como Criador e Mantenedor deste mundo, há apenas a difícil conclusão de que a responsabilidade pelo desastre do Tsunami repousa diretamente em Deus.”

Depois de chegar a esta conclusão, o Dr.Bacchiocchi tenta explicar as razões que teriam levado Deus a fazer o que fez, a saber, deslizar as placas tectônicas no leito oceânico de Sumatra gerando um mega deslocamento de água que acabou tirando a vida de aproximadamente 200 mil seres humanos, e arruinando a vida de outras milhões de pessoas. Ele levanta como as três principais razões para Deus ocasionar tamanha tragédia: a) uma forma enfática dEle fazer um chamado ao arrependimento; b) uma maneira impactante dEle anunciar o juízo final; c) uma convincente maneira dEle reforçar a promessa da certeza do fim.

 

Suas explicações me fizeram lembrar do sermão do Pr.Itaniel Silva que ouvi neste último sábado (01/01/05) no UNASP-SP. Ele disse uma frase que me fez pensar um bocado: “Os tsunamis são os grandes outdoors que Deus está utilizando para mostrar ao mundo que Jesus está voltando!” A pergunta que imediatamente veio a minha mente foi: “Estaria Deus matando as pessoas para com isso poder transformá-las em Seus Outdoors de advertência para o mundo?”

 

Tal procedimento no meu entender era contrário ao caráter de amor e justiça de Deus. Por isto, tentando conciliar aquilo que havia ouvido no sermão com o meu entendimento de um Deus perfeitamente justo e amoroso, tentei idealizar uma solução. É fato que as tragédias estão acontecendo numa escala cada vez maior, bem como é notório que estes acontecimentos estão, de uma maneira ou outra, levando as pessoas a refletirem mais sobre as grandes questões eternas, porém não acredito necessariamente que Deus as esteja provocando com este intuito.

 

Certa vez assisti um impressionante informe publicitário contra o consumo de álcool que foi veiculado em todas as redes de TV no Brasil. O comercial apresentava uma sucessão de carros destroçados em violentos acidentes com pessoas feridas e até mortas. Eram cenas muito fortes aquelas, e sem dúvida alcançaram seu objetivo que era alertar as pessoas para o uso indiscriminado de bebida alcoólica e suas inevitáveis conseqüências no trânsito. Mas é claro que não passou pela cabeça de ninguém que aqueles horrorosos acidentes com suas muitas vítimas foram provocados com o propósito específico de se produzir aquele comercial. Claro que não! Os produtores do comercial simplesmente se valeram de uma realidade que já existia, mas que de forma alguma foram eles os originadores. O comercial deixava bem claro: o culpado por tudo é o álcool!

 

No meu entender isto esclarece como as tragédias humanas podem se transformar nos Outdoors de advertência de Deus para a humanidade. Precisamos nos lembrar que vivemos num mundo amaldiçoado por cerca de 6 mil anos de pecado, de forma que tanto a natureza como os seres humanos estão vivendo diretamente sob a ação degenerativa e destruidora do pecado. Não há como se evitar! Assim como consumo de álcool e volante resulta em tragédia iminente, também convivência com o pecado resultará inevitavelmente em grandes tragédias.

 

 

O pecado em si é tão devastador e destruidor que Deus não precisa provocar nada em especial, pois ele por si próprio é totalmente auto-suficiente de levar adiante sua obra nefasta de degeneração e aniquilação. Pelo contrário, a Bíblia nos ensina que Deus em Sua infinita misericórdia comissionou a quatro anjos que estivessem retendo os quatro ventos da terra (ventos estes que são simbolicamente entendidos como as grandes convulsões que deverão assolar o planeta imediatamente antes do retorno de Cristo – ver Apoc. 7:1). Na Bíblia em não leio de um Deus que mata alguns para avisar a outros, mas sim de um Deus que tem, a medida do possível, retardado as inevitáveis conseqüências do pecado sobre o pecador na tentativa desesperada de salvá-lo da destruição final.

 

Porém é compreensível que nada acontece neste planeta, nem mesmo um pardal cai, sem que Deus saiba e permita (Mat. 10:29). Mas insisto, o fato de Deus permitir que este planeta e as pessoas que nele vivem comecem a sofrer as conseqüências inevitáveis de milhares de anos sob a ação degenerativa do pecado, não significa que Ele tenha enviado anjos para que empurrassem as placas tectônicas debaixo da terra para com isso provocar uma tragédia colossal. Deus não precisa se utilizar destes métodos, pois em questão de destruição o pecado é mais do que competente de realizar tudo sozinho.

 

Deus permite o avanço do mal, mas não o provoca ou o causa. Mesmo que seja por um bom motivo, ou seja, salvar pessoas. Deus não utiliza as armas e estratégias que são a especialidade de Satanás utilizar. Veja por exemplo no caso de Jó, Satanás pede a Deus: “Estende a Tua mão e toca-lhe em tudo o que tem” (Jó 1:11), e Deus responde: “Muito bem, tudo o que ele tem está no seu poder, mas somente contra ele não estendas a mão” (Jó 1:12). E depois ainda Satanás pede: “Estende a Tua mão e toca-lhe nos ossos e na carne” (Jó 2:5), e Deus responde: “Pois bem, ele está em teu poder, mas poupa-lhe a vida” (Jó 2:6). Quem foi o verdadeiro causador de todas as tragédias e sofrimentos que sobrevieram sobre Jó? Deus ou Satanás? Está bem claro que foi Satanás que as causou e não Deus. Pelo contrário, o que vemos é Deus sempre impondo limites para a atuação do mal. Este é o Deus de misericórdia que eu leio na Bíblia e que eu amo mais que tudo.

 

 

Confirmando este posicionamento Bíblico que atribui a Satanás as tragédias e sofrimentos, Ellen White escreveu:

“Nos acidentes e calamidades do mar e em terra, nos grandes incêndios, nos violentos furacões e terríveis saraivadas, nas tempestades, inundações, ciclones, ressacas e terremotos, em toda parte e sob milhares de formas, Satanás está exercendo o seu poder. Destrói a seara que está a amadurar, e seguem-se fome, angústia." (GC, 590).

 

Por estes motivos, acredito que a conclusão do Pr.Bacchiocchi de que “a responsabilidade pelo desastre do Tsunami repousa diretamente em Deus” deveria ser melhor esclarecida para não proporcionar interpretações distorcidas de Seu caráter santo. Por trás de quase todas tragédias é Satanás que está exercendo o seu poder, e não Deus! À medida que o mundo avança no pecado e desprezo às leis do Criador, Deus se vê obrigado a relutantemente remover a Sua proteção e ação restritora do mal, de forma que Satanás tem mais liberdade para aprimorar sua obra de destruição e morte, que é a sua especialidade. Veja o que Ellen White escreve a respeito dos últimos dias:

“O moderador Espírito de Deus, que põe limite ao poder cruel de Satanás, foi removido em grande medida, permitindo-se que realizasse a sua vontade aquele cujo único deleite consiste na miséria humana. Os que haviam escolhido servir à rebelião, foram deixados a colher seus frutos, até que a Terra se encheu de crimes demasiado horrendos para que a pena os descreva.” (GC, 286).

 

Por outro lado, é certo que os juízos de Deus já começam a cair sobre este mundo, mas estes juízos podem em grande parte serem vistos como o resultado da ação de Deus retirar a Sua mão mantenedora e protetora, permitindo que toda a degeneração que o pecado tem potencial para causar na natureza e na alma humana venham a tona em toda sua força e fúria:

“Ao avolumar-se a iniqüidade e retirar-se o protetor poder de ‘DEUS’, houve tempestades e ventos destruidores. Edifícios foram destruídos pelo fogo e deitados por terremotos..." (EF, 100).

“Quando é retirada a mão de ‘DEUS’ que restringe, o destruidor começa sua obra. Então ocorrerão as maiores calamidades em nossas cidades." (3MR, 314, e EF, 97).

Estou com isso dizendo que Deus não opera juízos de destruição? Não! O Dilúvio e a destruição sobrenatural das cidades de Sodoma e Gomorra estão na Bíblia para nos ensinar que Deus tem um limite para o pecado e o pecador. Ultrapassado este limite Ele intervém de forma frontal e conclusiva. Ellen White afirmou:

“Um pouco das taças da ira de ‘DEUS’ já tem tido permissão para cair sobre a terra e o mar, afetando os elementos da atmosfera. As causas dessas condições incomuns estão sendo investigadas, mas inutilmente. Já os Seus juízos se manifestam na Terra. Ferozes e terríveis tempestades deixam a destruição e morte em sua esteira. O fogo devorador nivela a desolada floresta e a cidade apinhada. Tempestade e naufrágio aguardam os que viajam no mar. Acidentes e calamidades ameaçam a todos os que viajam em terra. Furacões, terremotos, espada e fome, seguem em rápida sucessão. Contudo, o coração dos homens se acha endurecido. Não reconhecem a voz de advertência de ‘DEUS’. (2TS, 76)”.

 

Na minha maneira de entender, os Tsunamis na Ásia fazem parte dos juízos de Deus que já começam a cair sobre este mundo, na forma de Sua proteção que já está gradativamente sendo retirada de várias partes do planeta, dando assim oportunidade para Satanás agir com mais liberdade, bem como permitir que a inevitável ação degenerativa do pecado siga o seu curso natural de destruição.

 

Não acredito (posso estar errado) de que esta tragédia deva ser comparada aos juízos sobrenaturais do dilúvio ou de Sodoma e Gomorra, onde Deus interviu diretamente com o Seu poder, pelas próprias características desta tragédia. Tanto o dilúvio como a destruição de Sodoma e Gomorra são juízos de Deus com características muito específicas e distintas, onde Deus teve um especial cuidado de separar os justos dos ímpios antes de enviá-los, para que o justo não sofresse juntamente com o ímpio. Por outro lado, quando Satanás age ou quando o pecado avança no seu inevitável curso de aniquilação, não faz qualquer distinção entre um ou outro.

 

Quando vejo tragédias onde muitos inocentes sofrem e perecem, não tenho dúvida que ali está a mão de Satanás. Deus antes de enviar o dilúvio mandou preparar uma arca com o objetivo de colocar ali dentro o maior número de pessoas que podia, e antes de destruir Sodoma e Gomorra enviou anjos para dali procurar tirar Ló e sua família. O diálogo que Abraão manteve com Deus antes que os juízos divinos caíssem sobre as duas cidades impenitentes, relatado em Gênesis 18, deixa bem claro que Deus “jamais” destruirá o justo juntamente com o ímpio.

 

Quero concluir com estas palavras de advertência proferidas por Ellen White divinamente orientada, para que sirvam para nossa reflexão:

“O terrível terremoto que sobreveio a São Francisco será seguido em outras manifestações do poder de ‘DEUS’. Sua Lei tem sido transgredida. As cidades tornaram-se poluídas pelo pecado. (...) Ao nos aproximar do fim da história terrestre as cenas de calamidades de São Francisco hão de repetir-se em outros lugares. Estas coisas me infundem um ar muito solene diante de nós. Os juízos que já ocorreram constituem uma advertência, mas não o fim da punição que sobrevirá às cidades iníquas...” (EF, 101).

“Tenho ordem de declarar a mensagem dizendo que, as outras cidades onde reina a transgressão, extremamente pecadoras, serão destruídas por terremotos, pelo fogo e por dilúvios.” (27 de abril de 1906, in EF, 101).

“O fim está perto, e cada cidade será transtornada de todos os modos, haverá muita confusão em todas as cidades, tudo que puder ser abalado há de ser abalado, é quase imprevisível o que virá em seguida. Os juízos serão de acordo com a iniqüidade das pessoas e a luz que elas tiverem.” (1MR, p. 248, e EF, 97 e 98).

“Os edifícios, grandes e pequenos, eram derribados. Os sítios de recreio, teatros, hotéis e mansões suntuosas eram sacudidos e arrasados. Muitas vidas eram destruídas e os lamentos dos feridos e aterrorizados enchiam o espaço. (...) Não posso descrever as cenas terríveis que me foram apresentadas. Dir-se-ia que a paciência divina se tivesse esgotado, e houvesse chegado o dia do juízo." (3ME, 41).

 

Cleiton Heredia (Transcrito do www.adventistas.ws)


Não Procuremos Culpados para o Tsunami

Nós ficamos muito preocupados quando vemos um grande número de mortes em uma catástrofe como essa.

Se nos preocupássemos a estudar para conhecer melhor a nossa Terra (no caso, as placas tectônicas) não ficaríamos atribuindo desgraças ao Criador e nem poderes especiais ao Inimigo.

Essa catástrofe só está deixando tanta gente comovida em razão da época de comunicações que vivemos.

Pergunto:

Será essa catástrofe maior do que as duas bombas atômicas e outras milhares não-atômicas que os EUA lançaram no Japão sobre Hiroshima e Nagasaky e outras cidades daquela região. Alguém ainda se lembra que as tais bombas estão matando gente, sejam crianças ou adultos até os dias de hoje?

Será essa catástrofe maior do que a provocada pelos nazistas a qual matou perto de seis milhões de Judeus, perto de 20 milhões de civis russos e matou quase toda a população masculina adulta da própria Alemanha?

Será que essa catástrofe é maior do que a morte de milhões de crianças mensalmente, pela fome e pela miséria, em todo o mundo?

A grande verdade é que essas catástrofes que eu citei acima não saíram na GLOBO - e se a GLOBO NÃO DEU É PORQUE NÃO ACONTECEU!

A morte é a única coisa certa no mundo, nem mesmo no direito ela se encontra na categoria da imprevisão - a Morte é certa e sempre previsível.

A Verdade é que falamos muito em VIDA ETERNA, mas queremos ficar o máximo de tempo possível nesta mísera vidinha temporal porque não introjetamos o que pregamos, estamos na maioria das vezes "falando dos dentes para fora".

Vivemos dizendo "Ora, vem Senhor Jesus", mas ficamos pensando "mas demore um pouquinho mais, por favor". vem, mas não precisa ter pressa...

Abraços! Não coloquem no Criador a culpa de vivermos num mundo de placas tectônicas instáveis, de mentes instáveis, de corpos instáveis e de religiosos instáveis. -- haRosh

 

Transcrito do: www.Adventistas.com

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